Bondage: Anti-negritude e Ancestralidade
Por Osmundo Pinho
A PUBLICAR: PRIMAVERA/VERÃO 2025
Bondage: Anti-negritude e Ancestralidade propõe-se realizar uma tarefa árdua: por um lado, procura aprofundar a abordagem afropessimista - uma escola de pensamento ligada ao campo interdisciplinar dos Estudos Negros Afro-Americanos, que tem em Frank Wilderson, dramaturgo e crítico literário da Universidade de Irvine, Califórnia; Saidiya Hartman, professora de Literatura e História Afro-Americanas na Universidade de Columbia; e Jared Sexton, professor de estudos dos media na Universidade de Irvine, os seus principais expoentes. Por outro lado, Bondage nos traz a possibilidade de uma contraposição, ou melhor, Pinho sugere uma possível saída para a inescapabilidade da morte social negra, entendimento que está na base dos pressupostos afro-pessimistas (Wilderson 2017). A contribuição intelectual trazida por Bondage baseia-se na experiência vivida de homens e mulheres negros no Brasil e propõe a ancestralidade - tão central na experiência espiritual do Candomblé e tão celebrada no imaginário afro-brasileiro - como alternativa à impossibilidade da plena humanidade do ser negro no mundo moldado pelo advento da Modernidade Ocidental.
-Maria Andrea dos Santos Soares